Ontem, entrevistei com exclusividade o Guilherme Camargo, principal nome da divisão Xbox da Microsoft Brasil, e tirei todas minhas dúvidas sobre o tema. A seguir, publico a íntegra dessa conversa, que acabou se tornando um FAQ inédito com tudo o que é preciso saber sobre o funcionamento da novidade. Para resumir a história: o Xbox Live Brasil estreia no dia 10 de novembro, com custo de assinatura anual de R$ 89,00. Já os Microsoft Points custarão R$ 25,00 cada 1000. Todos são preços para pagamento online, via cartão de crédito – para quem preferir comprar cards com códigos nas lojas, os valores são maiores (veja tabela abaixo).
Acho que o papo percorre os principais pontos. Quem tiver dúvidas, pergunte nos comentários. Leia, comente e divulgue a quem interessar com as ferramentas abaixo.
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Gamer.br: O grande negócio da chegada do Xbox Live, para muita gente, é a possibilidade de migração de uma conta criada na Live norte-americana para a Live brasileira. Como vai funcionar a migração, afinal?
Guilherme Camargo: Para a migração de conta, é isso o que será permitido migrar nesse momento: todo o perfil, ou seja, o Gamertag, os amigos e as mensagens; a pontuação; as conquistas; todo o período de assinatura que porventura o consumidor tenha; e os Microsoft Points. O que não vai ser permitido: os “redownloads” de conteúdo e os conteúdos do Zune, que é um serviço que a gente não terá no Brasil nesse momento.
Nossa recomendação é que o usuário faça um backup dos conteúdos armazenados em um HD ou em um pen drive, para que a migração ocorra de forma tranquila.
Como é possível fazer a migração?
GC: A migração acontece de duas maneiras: ou pelo site, ou dentro do Xbox Live. Funciona como um “passo-a-passo”, como se fosse instalação de Windows ou do Office: depois de três “next”, você finaliza. A migração é irreversível pelo período de um ano e estamos contando com o nosso suporte 0800 para qualquer atender o consumidor, seja aquele que não sabe se deve migrar ou não, seja quem tem dúvidas no processo, pelo site ou pela Live.
Então, se comprei jogos na Live Arcade com minha conta norte-americana, estou proibido de migrar esse conteúdo para a conta brasileira?
GM: Na verdade, não vai ser proibido. É que, tecnicamente, não é tão simples a gente fazer essa migração. Então, não estamos comunicando que vai ser possível fazer esse “redownload” agora. Mas é uma coisa em que a gente já está trabalhando para o próximo ano. Para você não perder nada, é melhor fazer esse backup, só como garantia. Porque nesse momento exato de migração de conta, não será permitido.
O backup serveria para conservar qualquer coisa que eu tenha comprado ou baixado?
GC: Exato, seja um avatar, ou um jogo que você comprou na Live Arcade e tudo o mais.
O que vai aparecer nas abas da Live? O que estará disponível para compra?
GC: UM monte de jogo está sendo finalizado. Todos os jogos que vão para a Xbox Live tem que obrigatoriamente passar pelo Ministério da Justiça. A cada dia estão saindo mais jogos, e eu só vou ter o portifólio completo provavelmente na véspera. A nossa intenção é que a gente tenha tudo, Games on Demand, jogos Arcade… E tem uma novidade em primeira mão que acabei de saber: o Halo Waypoint estará disponível para a versão brasileira do Live. Por mais que seja já próximo do lançamento, tem muita coisa que está acontecendo agora, aos 45 minutos do segundo tempo. Principalmente por causa desse processo brasileiro, [que nos obriga a] falar com os publishers e third parties, para que eles façam todo o trabalho de levar o game ao Ministério da Justiça. Estamos já fazendo isso há dois meses.
Garanto que a maioria dos principais títulos da Live americana já estará disponível para o Brasil também. Limbo, por exemplo, é um jogo que a gente terá no Live Brasil, ou seja, o nosso portifólio vai estar atualizado. A cada semana, a cada mês, deverá haver uma atualização grande, porque tem muito jogo, principalmente os arcades, que demanda um pouco mais de tempo no Ministério da Justiça para receber o aval com a classificação final. Para ser redundante, a nossa atualização será constante – não para se equiparar à americana, mas para ter um portifólio completo que movimente um pouco a comunidade brasileira.
Por acaso as abas da Live serão completamente diferentes da Live americana, ou seja, totalmente customizadas para o Brasil?
GC: Totalmente customizadas para o Brasil. As abas de Games on Demand, dos Add-ons, estarão em português, com a nova dashboard. E vamos ter algumas surpresas pelo caminho, umas coisas super customizadas para o Brasil. A gente usa sempre a Live americana com o padrão para o resto do mundo. A intenção da Microsoft é ter um padrão único e alguns diferenciais por país. Por exemplo, a “promoção da semana” será algo só para o Brasil. Vai ter um pouco mais de dinamismo e customização para o nosso mercado.
Confirmando, se eu paguei 12 meses de Live Gold na conta americana e me faltam três meses, o que acontece quando eu migrar? Continuo tendo esses três meses?
GC: Exatamente.
Estou com os preços que vocês irão cobrar pela assinatura (mensal/trimestral/anual) e pelos Microsoft Points, seja na compra online, seja na compra por card na loja… (veja tabela abaixo)
Online
1 mês – R$ 15,00
3 meses – R$ 39,00
12 meses – R$ 89,00
500 pontos – R$ 12,50
1000 pontos – R$ 25,00
2000 pontos – R$ 50,00
5000 pontos – R$ 125,00
Loja (Card)
3 meses – R$ 55,00
12 meses – R$ 129,00
1500 pontos – R$ 49,00
4500 pontos – R$ 145,00
Quem compra online, paga menos. Por que o card vendido em lojas é mais caro?
GC: Basicamente, [o card de pontos] é um produto final. Tem custos de manufatura, a carga de impostos e os custos do varejo. É como um filme que você compra online e um DVD que você compra na loja. Tem um pouco desse custo aí no meio.
E como funciona a compra online?
GC: Cartão de crédito. Provavelmente, Mastercard e Visa. Só American Express que não é aceito.
É isso mesmo? R$ 89 por ano de Live? Então a Live brasileira está praticamente mais barata que a Live nos Estados Unidos?
GC: Essa é uma briga nossa. A comunidade brasileira é muito ativa, tem muito jogador com bastante conteúdo de Live americana. O que estamos pedindo é que eles “venham para o nosso país”, para justificar e criar essa unidade Xbox Live Brasil. Para isso, estamos proporcionando um preço super competitivo para quem é hardcore gamer, que vai optar por fazer a aquisição online. Já a versão de varejo [em cards de pontos] é para o jogador casual, ou para quem não gosta de usar cartão de crédito, ou mesmo para quem não tem cartão de crédito.
A gente quis bater muito forte nessa “agressividade” de preço, para que todo mundo migre. Provavelmente em novembro vai haver um aumento na Live americana, e no Brasil não. Se é que já é possível afirmar – porque tudo depende da taxa do dólar –, nós teremos uma Live mais barata que a americana. Trazer todo mundo “para o país” é importante para fazer a comunidade crescer mais rápido.
Você diria que esses preços vão durar 12 meses?
GC: A intenção é que a gente fique com esses preços pelo menos por seis meses. Não é uma garantia, porque nao tenho bola de cristal. Mas não é um negócio que vai ficar assim durante um mês para depois subir. Isso eu posso afirmar.
Onde serão vendidos esses cards?
GC: Nas revendas oficiais da Microsoft. Onde vende game, vende o cartão. É cartão de arrancar – não precisa nem mais raspar e sujar os dedos [risos].
E os preços de jogos, serão os mesmos da Live americana? Por exemplo, se o game custar 1400 pontos, é isso o que irá custar aqui também?
GC: Exato, a intenção é essa sim. Esse é o nosso primeiro parâmetro.
Depois que eu migrar, ainda terei algum acesso ao que é vendido na Live americana?
GC: Não, aí você fica “no país”. A nossa intenção é: trazendo o máximo de brasileiros possível para o Xbox LIve Brasil, conseguir efetivamente acelerar algum tipo de conquista, como ter um portifólio mais completo. É também um incentivo para os third parties, para terem um pouco mais de foco no Brasil. Por causa de Xbox Live, a gente conversou com todo mundo – que tem escritório no Brasil e que não tem –, para recomendar que eles comecem esses projetos de encaminhar os games para o Ministério da Justiça, para receber a classificação etária. Só assim teremos um portifólio competitivo e completo para a comunidade brasileira. E de uma maneira ou de outra, estamos conseguindo sucesso nisso.
Não existem restrições para que joguemos com/contra pessoas que assinam outras Lives pelo mundo, certo?
GC: Nenhuma, nenhuma.
Os outros usuários do mundo vão saber que somos usuários da Live Brasil? Vai haver algum tipo de identificação em nosso Gamertag que indique isso?
GC: Vai haver uma surpresinha no dia 10. Teremos uma coisa bacana para quem estiver acessando. Será um diferencial para o Brasil, até como uma forma de dizer “ seja bem-vindo”.
Existe plano de disponibilizar outros conteúdos baixados, como filmes, seriados? Como estão essas conversas nesse sentido? Você pode dar um prazo sobre quando vai começar a falar de outros conteúdos baixáveis que não games?
GC: O primeiro momento é totalmente focado na experiência de games, até como uma responsabilidade nossa de garantir que o DNA do Xbox Live seja bem executado no país. Há muitas propostas de parceria de conteúdo que já estamos estudando, mas eu diria que é uma coisa para daqui um ano. Nesse primeiro momento, é só a parte de games. Temos muita coisa a aprimorar em termos de portifólio, trazer cada vez mais third parties. Não vai ser uma coisa estática. O Xbox Live Brasil talvez cresça muito rápido, e a própria resposta da comunidade talvez faça esse negócio acelerar.
Como será a comunicação a respeito da chegada do Live nas embalagens do novo Xbox, e nos pontos de venda? Como será o marketing desse negócio para quem não faz ideia o que seja o Xbox Live?
GC: A gente vai trabalhar muito forte a parte da comunidade e do ponto de venda. No próprio Xbox: quando você faz o primeiro setup, ele meio que explica sobre o Xbox Live e a experiência. E você tem um mês de graça para fazer esse teste. O próprio Xbox é o maior divulgador do Xbox Live. Também teremos treinamento em lojas, propagandas em revistas especializadas e trabalho em mídias sociais. E contamos também com a imprensa, que talvez seja o melhor canal com a comunicação em massa.
Sei que a Microsoft não divulga números, mas imagino que vocês tenham metas de quantidade de assinantes que precisam angariar nesse primeiro ano. Isso existe?
GC: Existe, mas eu não posso divulgar. Temos metas de novas contas e de contas migradas. Basicamente, são duas metas importantes: trazer os nossos consumidores para as contas brasileiras; e criar contas para esse novo público – principalmente esse consumidor mais “família”, que não tem necessariamente o conhecimento técnico de criar uma conta nos Estados Unidos, colocar cartão de crédito etc.
Então, vou ligar meu Xbox à meia-noite do dia 10 e ele irá automaticamente me direcionar para a possibilidade de migrar. É isso?
GC: Não sei direito o horário ainda, mas no dia 10 estará funcionando. É bem capaz que seja logo na virada do dia 9 para o 10. Vai aparecer na sua tela, não é preciso procurar nada. Na hora em que você se conectar ao Live, ou entrar com seu Gamertag no site, já vai receber essas primeiras informações. O fato de seu IP ser brasileiro já o identifica.
Fonte :
GameVicio
Noticia copiada do mesmo jeito que estava na fonte.