Foi lançado nesta quarta-feira (14), o projeto Jogo Justo, uma  iniciativa que tem como objetivo reduzir os impostos que recaem sobre  produtos de videogames. Os organizadores pretendem, por exemplo,  diminuir de 80% para 15% o total de taxas que incidem sobre esses  produtos.
O grupo, por meio do deputado federal Luiz Carlos  Busato (PTB-RS), pretende se reunir com o secretário da Receita Federal,  Otacílio Cartaxo, para "sensibilizar" o Executivo mudar a classificação  dos jogos eletrônicos, que, ainda segundo o político, hoje está na  mesma categoria das máquinas de caça-níqueis, e assim baixar os tributos  como o Imposto de Importação (II) e o Imposto sobre Produtos  Industrializados (IPI).
Foi o que aconteceu em 2009 com a redução  do IPI dos carros e dos produtos da chamada linha branca, que, nestes  casos, foi feito para aquecer o mercado diante da crise financeira que  aconteceu entre o fim de 2008 e boa parte do ano seguinte.
Atualmente,  explica Claudio Costa de Macedo, sócio da distribuidora NC Games, são  quatro os impostos que incidem sobre o software importado. O intuito é  diminuir o II de 16% a 5%, o IPI de 15% para 0% (por dois ou três anos,  no intuito de desenvolver o mercado nacional), o PIS/COFINS (Programa de  Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade  Social) de 9,25% para 6,65%, e o ICMS (Imposto sobre Circulação de  Mercadorias e Serviços) de 18% para 7% - nesse caso, através da mudança  classificativa do produto na esfera federal.
"Acho que com isso  um jogo que hoje está custando, num grande magazine, R$ 249 a R$ 229  poderia cair para R$ 129", acredita Macedo. Ainda, com a queda de  impostos, abriria possibilidade de mais descontos pelas editoras de  games. "Conseguiríamos ter, por exemplo, um grande lançamento por R$  99", dando exemplo de um game importado para PlayStation 3 e Xbox 360.
Com  isso, Macedo crê que as vendas podem aumentar de cinco a dez vezes em  termos de volume. Marcos Khalil, proprietário da cadeia de varejo UZ  Games, acrescenta que, no México, houve um incremento de oito vezes nas  vendas depois da redução de impostos. "Hoje, um lançamento [de um jogo  considerado bom] no Brasil vende, no mercado oficial, de oito a dez mil  unidades", diz Macedo. "Um game como 'God of War', temos informações que  a Sony vendeu 30 mil unidades".
Para exemplificar a importância  dos preços, Macedo afirma que "Pro Evolution Soccer 2010", mais recente  edição do game de futebol da Konami, vendeu 600 mil unidades na América  Latina, por conta de uma promoção bancada pela produtora: o game chegou  ao país em maio por R$ 99 nas versões para Xbox 360, PlayStation 3 e Wii  (e de R$ 59 na edição para PlayStation 2, um dos consoles mais  populares no país). Com isso, o Brasil representou 42% das vendas da  América Latina, ou seja, 252 mil cópias.
Com a queda de preços, o  intuito é combater o chamado mercado cinza, de produtos legítimos  importados por contrabando. Para Khalil, nem o governo nem o mercado  legal ganha com a situação. Ele cita como exemplo o México, que também  sofria com o mercado cinza e a pirataria, e a baixa de impostos lá fez  com que crescesse o mercado legal, a ponto de representar 2% das vendas  mundiais, enquanto o Brasil não alcança 0,5%.
Para ajudar na  divulgação do projeto, os games vendidos pela UZ Games trarão o logotipo  da causa.
Fonte: Uol Jogos
 
 
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